Se há um mês que gosto, é Abril.
As últimas águas limpam os céus das invernias e dos dias tristonhos.
As temperaturas amenas, descongelam-nos e abrem sorrisos .
Abril anuncia a transformação: saímos da caverna para dar a
cara à luz vibrante dos dias.
Somos muito mais felizes neste mês, falamos mais
despreocupadamente com os outros, partilhamos passeios e fins de dia,
flauteamos por aí.
No inicio do mês ainda estamos um pouco aturdidos com tanta
luz, habituados que estávamos a longos meses de trevas escuríssimas. Mas em
passando o calendário, vamo-nos aligeirando, pondo-nos mais à vontade.
Já apetece por uma flor ao peito , porque as há viçosas e coloridas nessa época.
E lá vamos, inchados de contentamento, calcorreando as ruas
e as vielas, sem norte fixo, mas com um prazer ingénuo.
Andamos a passear a flor do peito, que nem lordes, na ausência
de peso, privilégio dos homens livres.
Vamo-nos encontrando aqui e acolí, todos com elas na lapela,
lampeiros e vaidosos, e na verdade, acenamo-nos agora uns aos outros com a
maior das facilidades.
Odeio os Invernos, porque são monótonos e previsíveis e
entranham uma humidade que tolhe os movimentos.
Agora sim, pode-se respirar!
Seria a maior das parvoíces não nos impormos todos e de uma
vez por todas à hora de verão. È uma coisa bastante simples, basta termos
alguma atenção e não deixar que os relógios se atrasem, ou parem, o que seria
ainda pior.
Vêmo-nos na quinta ao fim do dia, para o passeio do costume?
Até lá que me apetece rever-te.
Traz outro amigo também.
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