Tens o perfil de uma rainha do Egipto
clássico,
uma efígie esculpida num muro cor ocre
da cor que tem a terra desses lugares.
É imponente dizê-lo,
a melhor aproximação aos outros
da tua beleza,
a que os meus olhos veem.
Ao dizer que tens um perfil egípcio,
remato a questão
e posso continuar a viver,
honesto,
porque soube descrever:
o contorno da fronte, do nariz, da boca,
de um queixo delicado com ângulos
pronunciados.
Do resto nada sei,
ficámos anónimos desconhecidos por decisão
mútua.
E o intervalo em que te vi a olhar para a
montra,
Cruzarmo-nos,
olhar uma vez mais para trás,
e continuar,
foi o tempo de achar que tinhas uma efígie
egípcia.
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