Na medida exacta, da medida justa, que só paira nas mentes
ingénuas, a ajuda solidária de alguns portugueses (portugueses ingénuos) às
vitimas dos incêndios de Pedrogão, chegará ao destino um destes dias.
Um dia destes.
Um dia.
Chegará.
Nenhum dia.
Podia ter chegado, quase lá.
Não chegou.
Já me esqueci desse evento.
A ajuda honestamente desembolsada, nossa, chegará após trinta
requerimentos, simples de preencher, a atestar que o joaquim ficou sem
galinhas, a Maria sem couves, o José sem alfaias, a Joaquina sem marido, o José
sem mulher, os nossos filhos sem os nossos filhos.
Os serviços, desconfiam do correcto preenchimentos dos
formulários: as pessoas estão a aproveitar-se da situação (como alguns do
rendimento de inserção de não se sabe o quê).
Os políticos altamente qualificados que ocupam temporariamente
os gabinetes com melhor vista das secretarias e sub-secretarias, das direcções
e sub-direcções, informam os seus dirigentes para aguentarem a situação.
Não é tempo ainda para ajudar. É tempo para apurar, esmiuçar,
apurar mais ainda, e depois, quando já tiver passado todo o tempo, já não é
tempo para nada.
Ufa, ainda bem!
Livrámo-nos desta.
Vamos lá todos outra vez brincar ás eleições.
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