Tão jovem,
para deixar escapar o sabor do amor.
No espaço agora vazio
negoceia a utopia,
o aluguer permanente de um quarto no piso da alma.
Inventa-se a partir daí uma mentira piedosa:
a história do inatingível.
Na erosão do tempo,
organiza-se a vida, esquecem-se rostos.
E num instante fica tarde, tão perto
de ser irremediavelmente tarde,
para salvar as memórias.
Memórias cada vez mais esbatidas
como as cores das letras dos livros,
quando expostos às brisas inoportunas.
O amor escapou por não ter avisado que era único.
Ela, que não sabia, deixou-o partir.
arrependem-se ambos,
mas já passou uma vida.
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