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Preocupo-me com a velhice,

como todos os que já puseram atrás das costas a convicção que   seriam imortais,a ceitei a custo e pesaroso a evidência que sou mortal. Passados os cinquenta iniciais, a lgo no corpo – nenhuma parte em particular, mais uma sensação -, avisou-me que não ia aguentar indefinidamente a minha cabeça, com os seus desvarios e inquietações. Compreendo que os corpos não tenham uma   paciência eterna para andar com as cabeças ao colo. Saindo à rua, já mortal, comecei a aperceber-me do outono da geração que está à minha frente na linha inexorável do tempo, e fiquei mais sensível e atento, ao olhar diferente, mais vago, mais triste, das pessoas cujas curvaturas no corpo, anunciam, uns já ao virar da esquina, outros no quarteirão seguinte, a viagem para outras paragens. Comecei a pensar como irei preencher um dia de 24 horas, quando o meu olhar transmitir ao outro essa inevitabilidade.  Pessoas como eu, que procuram estar muitas vezes recolhidos das pessoas, que se sentem confor