Este país tem mais leis do que as necessárias, que são propositadamente entendidas e usadas como arbitrariedades pelos amigos dos amigos que têm os poderes na mão. É um país cuja riqueza da língua – normalizada ridiculamente nalguns casos – aceita toda e mais alguma interpretação dessas leis, como convêm, não como devia convir ao colectivo. O labirinto é tão denso, sombroso, que qualquer cidadão incauto porque desconhece a lei a que é obrigado conhecer, e sem imunidade sonante a apoiar-lhe o traseiro, asfixia em poucos minutos nos códigos e regimentos e processos e adendas e o que seja. São os artigos que revogam outros, não interessa; os decretos que subsituem outros que entretanto se mantêm transitoriamente valendo ambos, e vão ficando ambos, até o sempre; são as alíneas que corrigem os pontos, que acrescentam e subtraem os pontos e vírgulas…. Tudo é possível, acontece, é justificado com a maior das seriedades em conferências de imprensa, nos almoços e jantare