Tens o perfil de uma rainha do Egipto clássico, uma efígie esculpida num muro cor ocre da cor que tem a terra desses lugares. É imponente dizê-lo, a melhor aproximação aos outros da tua beleza, a que os meus olhos veem. Ao dizer que tens um perfil egípcio, remato a questão e posso continuar a viver, honesto, porque soube descrever: o contorno da fronte, do nariz, da boca, de um queixo delicado com ângulos pronunciados. Do resto nada sei, ficámos anónimos desconhecidos por decisão mútua. E o intervalo em que te vi a olhar para a montra, Cruzarmo-nos, olhar uma vez mais para trás, e continuar, foi o tempo de achar que tinhas uma efígie egípcia.